O tarot é uma ferramenta rica e poderosa, capaz de abrir portas para o autoconhecimento, a tomada de decisões conscientes e a expansão da espiritualidade. No entanto, a forma como usamos essa ferramenta faz toda a diferença. Saber o que não perguntar ao tarot é tão importante quanto saber formular boas perguntas. Isso envolve não só clareza e objetividade, mas também ética, respeito e responsabilidade espiritual.
Neste artigo, você vai entender quais perguntas devem ser evitadas, por quê, e como conduzir tiragens mais conscientes — especialmente se você atende outras pessoas ou está construindo uma relação mais séria com o tarot.
A importância da ética no uso do tarot
O tarot não é um brinquedo. Também não é uma “máquina de previsões” que responde tudo com exatidão. Ele é um espelho simbólico que reflete nossas intenções, emoções e caminhos disponíveis. Quando usado com responsabilidade, ele nos conecta com nossa verdade interior. Mas, se for mal utilizado, pode reforçar medos, alimentar ilusões ou até causar dependência emocional.
Por isso, ter uma conduta ética diante das cartas é essencial — tanto para quem lê, quanto para quem consulta.
1. Não pergunte sobre terceiros sem envolvimento direto
Uma das regras mais importantes na prática ética do tarot: evite fazer perguntas sobre a vida de outras pessoas sem o consentimento delas.
Exemplos de perguntas problemáticas:
- “Meu ex está namorando alguém?”
- “Minha irmã vai engravidar este ano?”
- “Meu chefe vai ser demitido?”
Esse tipo de pergunta fere a privacidade do outro e desvia o foco do tarot, que é uma ferramenta para você olhar para si mesmo, e não espionar terceiros.
✅ Em vez disso, prefira:
- “O que essa separação ainda está me ensinando?”
- “Como posso melhorar meu relacionamento com minha irmã?”
- “Como posso lidar melhor com o ambiente de trabalho?”
2. Não pergunte sobre morte, doenças ou diagnósticos
O tarot não é uma ferramenta médica, e também não deve ser usado para prever morte, acidentes ou doenças. Além de antiético, esse tipo de pergunta pode gerar pânico, angústia e até decisões perigosas.
Evite:
- “Eu tenho alguma doença grave?”
- “Vou morrer jovem?”
- “Meu pai vai se curar?”
Essas perguntas não devem ser feitas, nem respondidas. Mesmo que as cartas tragam mensagens de alerta, é fundamental lembrar que somente profissionais de saúde estão habilitados para diagnósticos e prognósticos médicos.
✅ Alternativas éticas:
- “Como posso cuidar melhor da minha saúde neste momento?”
- “O que preciso aprender com essa fase difícil?”
- “Como posso apoiar emocionalmente meu pai durante a recuperação?”
3. Não pergunte o tempo todo a mesma coisa
Ficar consultando o tarot de forma compulsiva ou repetitiva — especialmente sobre o mesmo tema — é um comportamento que indica ansiedade, falta de confiança na resposta recebida ou dependência emocional.
Perguntar hoje, amanhã, depois de amanhã, “ele vai me procurar?” não vai trazer uma resposta nova. Na verdade, isso bloqueia sua intuição e enfraquece sua conexão com as cartas.
✅ Pergunte uma vez com clareza, depois reflita e dê espaço para o processo acontecer.
4. Evite perguntas do tipo “sim ou não” (quando possível)
Embora existam métodos para responder perguntas objetivas, o tarot brilha mesmo é nas perguntas abertas, que estimulam reflexão, autoconhecimento e ação consciente.
Evite:
- “Ele vai voltar?”
- “Vou ser promovido esse mês?”
- “Esse concurso é para mim?”
Essas perguntas restringem o potencial do tarot e geram expectativas rígidas.
✅ Prefira:
- “O que preciso entender sobre essa separação?”
- “Como posso me destacar profissionalmente?”
- “De que forma esse concurso se alinha com minha missão?”
5. Não use o tarot para manipular decisões alheias
Outra prática antiética é tentar usar o tarot para influenciar ou manipular outras pessoas — seja emocionalmente, espiritualmente ou até comercialmente.
Exemplo:
- “O que devo dizer para convencer fulano a ficar comigo?”
- “Como manipular essa situação ao meu favor?”
Esse tipo de abordagem contraria o princípio espiritual do tarot, que é baseado em consciência, verdade e livre-arbítrio.
✅ Busque perguntas como:
- “Como posso me comunicar com mais clareza?”
- “Como lidar com essa situação de forma íntegra e madura?”
6. Cuidado com perguntas carregadas de medo
Quando você consulta o tarot em estado de desespero, ansiedade ou medo extremo, há uma tendência a projetar essas emoções nas cartas — o que pode distorcer a interpretação.
Evite perguntas como:
- “Minha vida vai desmoronar?”
- “Algo muito ruim vai acontecer?”
Essas perguntas criam mais medo do que solução.
✅ Em vez disso, experimente:
- “Como posso enfrentar esse momento com mais equilíbrio?”
- “O que o tarot pode me mostrar sobre meus desafios atuais?”

7. Evite perguntas sobre “alma gêmea”, “destino” e previsões fechadas
Embora o tarot possa abordar temas espirituais, perguntas muito absolutas como “vou encontrar minha alma gêmea?” ou “essa pessoa é meu destino?” são limitantes e pouco práticas.
A espiritualidade é um processo vivo, e o tarot funciona melhor quando respeitamos essa fluidez.
✅ Prefira:
- “Que tipo de relacionamento estou pronto(a) para viver?”
- “Como posso atrair uma relação mais consciente?”
Quando o tarólogo deve recusar uma pergunta?
Se você é tarólogo ou pretende atuar profissionalmente com o tarot, saiba que é seu dever recusar perguntas que:
- Invadam a privacidade de alguém
- Envolvam previsões sobre morte ou doença
- Estimulem comportamentos tóxicos ou obsessivos
- Vão contra os princípios do seu trabalho
Você pode recusar de forma respeitosa, dizendo algo como:
“Essa pergunta não está alinhada com os princípios do tarot como ferramenta de consciência. Posso te ajudar a reformulá-la para trazer mais clareza sobre o que você está vivendo?”
Como desenvolver uma postura ética nas tiragens
A ética começa com a sua intenção. Ao se aproximar do tarot com respeito, humildade e abertura, você naturalmente desenvolve uma postura mais consciente — tanto nas perguntas quanto nas respostas.
Algumas práticas para fortalecer essa postura:
- Estude ética no atendimento oracular
- Reflita sobre seus próprios limites pessoais
- Nunca alimente expectativas irreais nos consulentes
- Incentive o autoconhecimento, não a dependência
- Cuide da sua energia antes e depois das leituras
Uma prática de consciência e respeito
Mais do que respostas prontas, o tarot oferece espelhos simbólicos que revelam verdades internas. Ao praticar a ética nas perguntas, você transforma cada tiragem em um espaço de cura, lucidez e responsabilidade. Saber o que não perguntar ao tarot é um sinal de maturidade espiritual — e também de respeito por si, pelo outro e por essa poderosa ferramenta de orientação.